Rodrigo BasniakViajar para outro país, seja para estudar, trabalhar ou fazer um curso de língua estrangeira. Hospedar-se na casa de uma família, a troca de experiências, culturas. A tudo isso dá-se o nome de intercâmbio. Essa modalidade de turismo cultural tem atraído, a cada ano, um número maior de jovens. Em 2005, segundo o informe anual da AFS Intercultura Brasil (www.afs.org.br), 391 jovens viajaram para o exterior através de programas realizados pela ONG.
Já em 2006, o número aumentou para 436.
Para Evelise Hubner, gerente de uma empresa especializada em intercâmbio, hoje qualquer pessoa pode fazer esse tipo de viagem, basta saber o que ela realmente quer e quais são os recursos financeiros disponíveis. Hubner diz ainda que uma criança de 10 anos pode passar as férias no Canadá, estudando duas ou três semanas, morando na casa de uma família ou em um camping, como se fosse uma colônia de férias.
Em alguns programas, segundo ela, existem exigências feitas por cada país. Para trabalhar nos EUA, por exemplo, só são aceitas pessoas com vínculo universitário, que tenham de 18 a 28 anos, e que tenham um nível intermediário de inglês. Na Inglaterra, quem vai para estudar inglês por mais de seis meses, pode trabalhar até 20 horas semanais.
Os países mais procurados, conforme Evelise, ainda são, respectivamente, Canadá e EUA. Nos últimos anos, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul vêm ganhando espaço nesse tipo de viagem.
As pessoas com mais de 40 anos podem optar por cursos de língua estrangeira, como inglês e italiano. Segundo informações extraídas do site da Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association " www.belta.org.br), estudar no exterior significa ganhar em alguns meses, o conhecimento que normalmente demoraria anos para ser adquirido, pois estando em um país em que o referido idioma é falado, a absorção é mais fácil.
Hubner ressalta ainda que para fazer intercâmbio não existe necessariamente um sistema de seleção. Alguns programas exigem uma prova de inglês e também currículo. Para os outros, passa-se apenas por uma entrevista. "Se a pessoa não quer ir para uma casa de família, tudo bem, vai para a república estudantil. A única coisa que ela precisa estar ciente, é que deve seguir as regras do programa."
Diego diz ter sentido falta do Brasil
Estudante de Direito procurou o intercâmbio para, além de uma nova cultura e amadurecimento, enriquecer o currículoKelli MoraesViajar, descansar, gastar dinheiro, são planos que boa parte das pessoas faz o ano inteiro. Guardar as economias e investir em épocas especiais, como as férias, para conhecer novos lugares com muita diversão incluída.
Uma opção para se fazer tudo isso e mais um pouco é o intercâmbio cultural, pelo qual jovens têm a oportunidade de fazer uma viagem internacional, conhecer uma nova cultura, aprender um novo idioma, costumes e tradições de um outro país além de trocar conhecimentos.
Muitos jovens sonham ter uma experiência única como essa para toda a vida, e enriquecer o currículo profissional. Diego Franco Pereira, 21, estudante de Direito da UEM (Universidade Estadual de Maringá) conta como foi a sua experiência quando decidiu estudar em outro país. A primeira opção escolhida foi Toronto, no Canadá, onde fez o programa de estudos em dezembro de 2006.
Ele relata que após estudar sobrava tempo para a diversão e ainda conheceu diversos pontos como museus, galerias de arte, lugares históricos. Nas noites, diz que freqüentava algumas boates. "Minha viagem foi literalmente perfeita, eu já falava um inglês razoável por isso não tive dificuldade para me locomover. E as pessoas sempre nos trataram bem e se sentiam interessadas pelo nosso país."
Em passagem por Quebec, ainda no Canadá, ele diz que se impressionou com a beleza e a magia que a cidade oferece, por se tratar de um lugar onde se fala duas línguas, o inglês e o francês.
Em dezembro de 2007, Diego teve outra experiência ao fazer um intercâmbio aos Estados Unidos, onde fez o programa "work & travel" no qual ele trabalhou e conheceu outros lugares em três meses. Ele diz que nessa experiência o que mais sentiu falta foi da comida do Brasil. "As pessoas [lá] só comem fast food." Além de conhecer uma nova cultura e várias pessoas com as quais fez amizades, ele garante que em momento algum teve medo nessa aventura.
"Estou em dúvida se volto para os Estados Unidos ou se vou para a África do Sul passar três meses no final do ano. Era o país para o qual eu iria se não tivesse feito esse último programa. Tenho vários amigos que fizeram intercâmbio para lá e todos adoraram. Na África do Sul têm uma das seis cidades mais lindas do mundo, além do safari, a natureza e outros costumes que sempre me atraíram."
Imagem/Arquivo particular/Diego Franco Pereira
Diego fez intercâmbio aos EUA e agora quer ir à África
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